Muitas vezes quando nos sentimos tristes e insatisfeitos com algo, nem sempre sabemos o que fazer ou como lidar com aquilo que nos incomoda. Algumas vezes o alimento entra como algo acolhedor e tão satisfatório, que supre essa angústia momentânea.
Uma vez estabelecida essa sequência de atos, onde a pessoa se sente insatisfeita, na maioria das vezes tem um sentimento ruim, vai em busca de algo, às vezes o alimento está a mão, aquele desconforto já se reduz e o ato de comer vai ficando marcado como algo prazeroso, é como uma espécie de fio condutor que estabelece esse hábito na vida do indivíduo. Então se sente triste, não sabe exatamente o que é, não consegue lidar com aquilo de forma saudável, enxerga o alimento como uma saída para as frustrações da vida.
Muitas vezes estamos no “piloto automático”, a velocidade com que as coisas acontecem, a liquidez das coisas, uma rotina cheia de tarefas e prazos difíceis de cumprir faz com que não nós percebamos nesse estado.
O primeiro passo é compreender que existe um sentimento negativo, está decepcionado com a vida, infeliz ou com medo, conseguir constatar as emoções e o que gerou essa sensação é dar um grande passo no entendimento de si próprio e a partir desse momento lidar de uma forma mais natural com as intempéries da vida.
Isso não é uma tarefa fácil embora possa parecer simples, muitas vezes aquela pessoa pertencente a uma família aprendeu que falar sobre os seus sentimentos é um sinal de fraqueza, é desnecessário, sem importância, então, tudo vai para debaixo do tapete e torna-se algo reprimido.
Para Freud lembrar de memórias do passado só seria terapêutico se a pessoa reviver o afeto ligado àquela situação. Como é sentir-se em relação a determinada situação ou até sobre algo que ouviu?
Começar a se perceber de forma genuína, pressupõe desacelerar o ritmo da vida, atentar aos momentos vividos, as grandes paixões internas, aquilo que te inspira, que te move.
Afinal, como está vivendo sua vida hoje?
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